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Embrapa e Federal do Ceará revelam árvores mais fortes para restaurar florestas
Estudo conduzido por pesquisadores da Embrapa e da UFC apontam espécies com maior potencial para recuperar áreas de mata degradadas. O angelim-vermelho (foto) é uma delas
Por Miliano Filho
Publicado em 08/07/2025 13:36
Meio Ambiente

Uma nova pesquisa publicada na revista científica internacional Forests traz avanços significativos para a gestão e soluções florestais sustentáveis na Amazônia brasileira. O estudo, liderado pela pesquisadora Lucieta Martorano , da Embrapa Amazônia Oriental (PA), utilizou uma metodologia de sua autoria, o zoneamento topoclimático, a qual permite mapear áreas e indicar as espécies nativas mais adequadas para a silvicultura e restauração florestal na região amazônica. A publicação na Forests foca em 12 espécies nativas de alto valor ecológico e econômico.

Realizado por pesquisadores da Embrapa, da Universidade Federal do Ceará (UFC) e de outras instituições, o trabalho revela que a silvicultura com espécies nativas influencia positivamente no combate às mudanças climáticas, além de promover geração de renda, recuperar a biodiversidade e fortalecer a resiliência das áreas frente a desastres naturais.

As descobertas enfatizam a importância do zoneamento topoclimático como uma ferramenta para estratégias de conservação e uso sustentável. Os resultados estão alinhados à Lei de Pagamento por Serviços Ambientais (PES) do Brasil, abordagem capaz de incentivar práticas agroflorestais, melhorar a conservação da biodiversidade e fortalecer a bioeconomia amazônica.

Método é aplicável a qualquer bioma

A metodologia de zoneamento topoclimático visa subsidiar estratégias de conservação e uso sustentável de espécies florestais nativas, podendo ser aplicada a qualquer Bioma.

O estudo utilizou mais de 7,6 mil registros georreferenciados de espécies florestais nativas, como angelim-vermelho, ipê-amarelo, copaíba e mogno-brasileiro ( ouriço e semente na foto à direita ), e cruzou essas informações com dados climáticos, topográficos e geográficos coletados entre 1961 e 2022. A partir disso, os pesquisadores criaram mapas que mostram o grau de adequação ambiental (alto, médio ou baixo) de diferentes áreas da Amazônia para o plantio e manejo de cada espécie.

A análise estatística, não hierárquica, gerou modelos e mapas que indicam áreas com alto, médio e baixo potencial topoclimático para o plantio e manejo de cada espécie. “É uma metodologia de planejamento com enorme potencial para embasar políticas públicas voltadas à restauração florestal, bioeconomia e adaptação climática. É ciência aplicada ao território", declara Martorano.

Entre os resultados, o estudo demonstra que espécies como o angelim-vermelho ( Dinizia excelsa ) apresentaram até 81% de alta aptidão topoclimática em áreas antropizadas (degradadas ou alteradas pelo homem), revelando um vasto potencial para restauração produtiva. Além disso, espécies com maior plasticidade ambiental, como o marupá ( Simarouba amara ), podem atuar como "coringas" em locais de menor adequação climática, desde que acompanhadas de manejo adaptativo.

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Conectando biodiversidade, clima e economia

Mais do que apenas mapear onde plantar, o zoneamento permite alinhar e subsidiar políticas públicas aos compromissos internacionais do Brasil no Acordo de Paris, como o reflorestamento de milhões de hectares e o combate à perda de biodiversidade. A silvicultura de nativas, impulsionada por essa ferramenta, integra bioeconomia e clima, gerando oportunidades econômicas sustentáveis.

Essa abordagem possui forte aderência à Lei de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) do Brasil, podendo ser a base para atrair fontes financiadoras e fomentar práticas agroflorestais e a silvicultura de nativas, como embasam os dados do estudo. A metodologia foca em espécies florestais e, somada a outros zoneamentos, tem a capacidade de melhorar a conservação da biodiversidade e fortalecer a bioeconomia amazônica, garantindo resiliência ecológica e desenvolvimento sustentável.

O estudo também abre portas para programas de recuperação de áreas nativas e o mercado de crédito de carbono. O pesquisador Silvio Brienza Junior da Embrapa Florestas (PR) e coautor do artigo, destaca que espécies bem adaptadas, identificadas pelo zoneamento, maximizam a oferta de serviços ambientais como sequestro de carbono, regulação hídrica e térmica, e preservação da biodiversidade. "Quando o país identifica com precisão onde e como reflorestar, cria melhores condições para atrair investimentos climáticos internacionais", complementa o cientista.

Link: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/101677826/estudo-aponta-onde-e-com-quais-especies-reflorestar-a-amazonia-com-base-na-ciencia?p_auth=RSl4n5Wz
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